- Luisa Zuffo
Experiência gastronômica: Restaurante Garzón | Chef Francis Mallmann | Pueblo Garzón, Uruguai.


Eu confesso que nem sabia quem era Francis Mallmann antes de me mudar pro Uruguai. Passei a conhecê-lo muito rapidamente assim que comecei a me interessar mais profundamente por gastronomia. Vários Chefs renomados exibem em seus currículos que tiveram a oportunidade de fazer parte do time de Francis, aprender com sua genialidade e dominar suas técnicas características. Para exemplificar melhor, não poderia deixar de mencionar minha ídola, Paola Carosella (e tem até post no blog contando com detalhes o dia em que a conheci, link aqui).
Agora, se você nunca ouviu falar do Francis, recomendo começar assistindo o episódio dedicado a ele no seriado da Netflix Chef’s Table. O seriado já está na terceira temporada, e cada episódio conta a trajetória de vida de um Chef influente em algum lugar do mundo. E tem até brasileiro fazendo bonito na segunda temporada. Já deixo aqui a recomendação pra que vocês assistam o episódio do Alex Atala. Mas voltando ao tema desse post, o episódio de Francis está na primeira temporada do seriado e foi gravado em grande parte na Patagônia Argentina. A fotografia do episódio é uma das minhas favoritas. Eu simplesmente achei lindo demais. Tá aqui o link do trailer pra ver se vocês se animam a assistir também.
Enfim, toda essa introdução foi só pra contextualizar o post de hoje. Minha visita ao Restaurante de Francis Mallmann em Pueblo Garzón, um povoado pequenino no interior do Uruguai. Pueblo Garzón fica a 180 km de Montevidéu e tem aproximadamente 200 habitantes.
Aproveitei o mês do meu aniversário para me presentear com a experiência surreal que foi essa visita! Pra começo de conversa, fui muito bem acompanhada. Meu amigo Álvaro, que é fotografo, mas já trabalhou duas temporadas no Restaurante Garzón foi quem fez essa experiência ficar ainda mais bacana, e vários fatores contribuíram para que isso acontecesse. Os contatos de Álvaro com a galera que trabalha no restaurante, como, por exemplo , Gioconda Scott. Uma menção especial para a Chef Maria Sol Ravaioli, que prestou um serviço VIP com recomendações mais do que sensacionais e, claro, todo o show que a galera da cozinha deu preparando pratos espetaculares, harmonizados, lindos e deliciosos. Por isso que digo que foi muito mais do que uma refeição, foi uma experiência.
Apareciam pratos na nossa mesa que não estavam no cardápio e simplesmente fugiam do óbvio e surpreendiam de uma maneira bem inesperada. As sugestões da Sol foram um sucesso. Um dos destaques da profusão de entradas que provamos era um osso! Atenção, um osso! Era um tutano assado na brasa, servido com um delicioso pão artesanal, de fermentação natural e crosta bem grossa. Sério, só de me lembrar, fico com água na boca! Não vou descrever todos os pratos por aqui, mas a salada de abobrinhas cruas merece menção honrosa, com raspas de limão, um azeite de excelente qualidade e lascas de parmesão. E o ‘ajo blanco’ uma sopa fria de origem espanhola com uma base de amêndoas, pão, alho e azeite, que também não aparecia no cardápio, mas deu o ar da graça na nossa mesa para encher os olhos e fazer o coração ficar feliz.


A responsável pelas entradas nessa última temporada no restaurante foi Pamela Ferreira, nossa ex companheira de trabalho, minha e do Álvaro. Nos conhecemos quando trabalhamos juntos, por um curto período de tempo, em um restaurante em Montevidéu. Pame simplesmente arrasou na apresentação das entradas. Eram extremamente fotogênicas e, melhor ainda, deliciosas! Tenho que dizer que o gaspacho que provei nesse dia foi, sem dúvidas, o melhor gaspacho que já provei na vida. Era aveludado, cheio de sabor! E quem também tem sua parcela de mérito nesse prato é Patri, que veio diretamente da Espanha para passar uns dias trabalhando no restaurante.
E claro, os pratos principais não decepcionaram. Provamos o Ojo de Bife com papas dominó, um clássico e marca registrada de Mallmann. A carne se desmanchava, de tão macia. Provamos um asado de tira, que nada mais é do que uma costela, um corte bem típico uruguaio, acompanhado de abóbora assada. Provamos também os famosos nhoques com manteiga e limão. Tô falando sério, só de relembrar esses momentos já fico com água na boca e querendo um repeteco.
Pra completar, ainda teve sobremesa! Um flan de dulce de leche sensacional e uma degustação de sorvetes artesanais. Foi uma comemoração de aniversário pra ninguém botar defeito. E pra mim, foi inesquecível. É o tipo de experiência que talvez não seja tão compensadora para qualquer pessoa, mas eu estava mais do que feliz! Foi um dia que tirei para fazer uma das coisas que mais gosto: comer comida boa. Sem falar que o restaurante em si é muito agradável. Tem uma decoração linda, um ambiente externo cheio de verde. Uma varanda com vista pra piscina, mesas embaixo de um pergolado, uma mesa com uma palmeira no meio! A ideia era aproveitar toda a magia do ambiente. Desfrutar de todas as delícias preparadas com excelência, com apresentação impecável, com combinações de sabores tão característicos obtidos pelo uso de métodos de cocção a lenha, como os fornos de barro, as parrillas, e o próprio fogão a lenha.
Será que seria pedir muito repetir a experiência todos os anos? Hahaha!
Preparei um vídeo especial registrando nosso dia, um pouco dos nossos pratos e a cozinha em ação! Agradeço a Alvarito, companheiro de aventuras e amigo querido que está sempre disposto a registrar e viver essas emoções. Foi um dia muito bacana e acho que só foi tão legal porque você estava tão emocionado quanto eu! Um brinde!
E um abraço especial para Pame, Otavio, Patri, Gioconda, Sol e toda a galera da equipe do Restaurante que fizeram com que nossa experiência tenha sido absolutamente incrível! :) Muito obrigada!
Espero que vocês tenham se transportado para esse dia comigo enquanto viam esse vídeo. E espero que todos que também curtam gastronomia e tenham curiosidade de conhecer possam ter a oportunidade de visitar o Restaurante Garzón um dia!
Fotos: Alvin - ph